quarta-feira, 18 de agosto de 2010


Editorial



Sobreviver às crises

Durante o mês de abril, tivemos acesso a um texto que, questionava a capacidade que algumas pessoas tem de enfrentar crises, superar situações traumáticas, diante das quais a maioria dos indivíduos não consegue resistir, a chamada resiliência.

O texto, o qual nos referimos é de Juan Carlos Tedesco, diretor da sede regional do Instituto Internacional de Planejamento da Educação de Buenos Aires, veiculado na revista Nova Escola. Segundo Tedesco, estudos realizados sobre resiliência indicaram que as pessoas que conseguem superar situações de crise ou traumáticas apresentam pelo menos três características principais.

A primeira, no momento da crise, o resiliente já pensa no que fará ao sair dela. A presença de uma idéia de futuro, segundo Tedesco, torna mais suportável a dor e se converte numa parte fundamental do processo de superação da crise.

A segunda conclusão é que o resiliente é capaz de formular uma explicação sobre o que aconteceu, dando coerência aos acontecimentos através da articulação do conjunto de situações, imagens, sentimentos e representações, facilitando uma seqüência lógica dos acontecimentos, favorecendo a resolução do problema.

Em terceiro lugar, os resilientes possuem vínculos especiais com uma ou várias pessoas, que lhes permitem fortalecer sua autonomia a sua confiança nas possibilidades de superar situações de crise. O autor reforça que, a confiança e apoio oferecidos por essas pessoas não significam evitar esforços, mas fortalecer a capacidade de realizá-los.

O que mais nos chamou atenção nesta pesquisa é a semelhança, quando analisamos os resultados e os comparamos com o Método Kumon. Desde o primeiro momento em que o aluno adentra a nossa Unidade, o planejamento de metas para curto, médio e longo prazo, se iguala à capacidade de prever e analisar fatos descritos por Tedesco como “ter um projeto de vida, conhecer-se a si mesmos, seus pontos fortes e fracos, articular um conjunto de explicações sobre acontecimentos”.

A idéia de futuro, citada na pesquisa, assemelha-se ao Kumon no momento em que o aluno é desafiado a encontrar por si mesmo, a solução para seu trabalho através do estudo autodidata, ou seja, através de suas próprias construções, formulando suas próprias hipóteses, chegando desta forma à solução do problema.

Quanto ao vínculo com pessoas (pais, professores, amigos), reforça um dos pilares do Kumon, que é a família no trabalho de acompanhamento do aluno.

Para o Kumon o trabalho será realizado com maior sucesso, quando existir o envolvimento da família, elogiando, participando das vitórias, incentivando nos momentos de dificuldades, ou seja, um porto seguro, onde a criança poderá ancorar em momentos de tempestade, e regozijar-se na alegria.

Quanto à necessidade de não evitar os esforços, mas, fortalecer a capacidade de realização, nos remete ao incentivo para que o aluno faça por si as atividades, apenas com a supervisão dos pais (não dando as respostas ou fazendo por eles), mas desafiando-os às descobertas, e desta forma, demonstrando aos filhos a confiança neles, e, no seu potencial para aprender.

E assim, além do nosso objetivo maior ”descobrir o potencial de cada indivíduo, desenvolvendo-lhes as habilidades ao máximo limite, formando assim pessoas responsáveis e mentalmente sãs, que contribuam para a comunidade global”, percebemos que estamos preparando pessoas mais aptas para enfrentar e superar crises de uma forma mais tranqüila e saudável, fato esse, primordial na sociedade em que vivemos.

Martha Bauermann

Nenhum comentário:

Postar um comentário