domingo, 9 de maio de 2010

Educação ao longo dos anos
Segundo Saviani (apud FERRETE, 1994, p. 45), ao longo dos anos a educação foi vista de diversos modos. Em alguns momentos vista como um bem de consumo, no âmbito do não-trabalho, em outros, denotando um valor ‘não meramente ornamental, mas decisivo para o desenvolvimento econômico’.
Com o surgimento da propriedade privada na Antiguidade, tanto grega quanto romana, fez-se necessário uma educação diferenciada para essa classe ociosa, ao mesmo tempo, em que, a educação da maioria fixava-se no trabalho, ‘o povo se educava no próprio processo de trabalho’.
Na Idade Média assim como na Antiguidade, o meio dominante de produção era a terra, e as escolas destinavam-se as classes dominantes como formas de ocupação do ócio. A educação ainda é vista como não-trabalho e desnecessária as classes trabalhadoras.
Com o advento feudal, através do artesanato, fortalecendo a corporação de ofícios e acúmulo de capital, desloca o processo produtivo do campo para a cidade, surge um novo modo de produção o capitalista ou burguês, inverte-se deste modo a dependência da cidade com o campo, e este ‘passa a ser regido por relações do tipo urbano’. ‘Sendo assim a sociedade capitalista traz a marca do rompimento com a estratificação de classes’.
A sociedade passa a se organizar segundo um direito positivo e não mais natural, como acontecia até então. Faz-se necessário um aprimoramento e generalização da escola.
Mas essa generalização surge de forma contraditória, pois sobre uma base comum reconstitui uma escola de elite, de formação intelectual e outra escola para as massas de formação para o trabalho (habilitação profissional).
Ao mesmo tempo, alguns economistas que se contrapunham a universalização da escola por acreditarem tratar-se de ‘tempo roubado da produção’. Outros, porém, mais perspicazes, percebiam que a instrução escolar estava ligada a uma tendência modernizadora, de uma sociedade mais avançada.
Acreditavam que os trabalhadores se tornariam mais aptos a vida em sociedade, mais flexíveis, com o pensamento mais ágil, sendo assim mais adequados às necessidades da vida moderna. Mas faz-se necessário destacar que esta educação deveria ser ministrada por doses homeopáticas, como disse Adam Smith, se corria o risco de abalar a ordem social, pois, a partir do momento que o conhecimento torna-se generalizado, o trabalhador passa a ser proprietário dos meios de produção.
Instala-se neste momento uma contradição: o trabalhador precisa ter conhecimento, mas não pode deter os meios de produção. ‘A escola é reivindicada pelas massas trabalhadoras, mas as camadas dominantes relutam em expandi-la’.
Surge então Taylor com o estudo de tempo e movimentos, ‘onde cada trabalhador só domina aquela parcela em que ele opera no processo de produção coletiva’, e dessa forma contorna a contradição. Vale destacar que, neste momento, a escola ainda não constitui uma forma dominante e generalizada de educação.
Atualmente vivemos o que alguns chamam de segunda revolução industrial, difere da anterior pela necessidade de uma qualificação geral, ressalta o autor como sendo o princípio de ‘uma escola unitária que desenvolva as potencialidades dos indivíduos’.
‘Em suma, pode-se afirmar que o trabalho foi, é e continuará sendo princípio educativo do sistema de ensino em seu conjunto’.
Texto retirado: Bauermann, Martha. Fracasso Escolar- Uma Investigação dos Processos Geradores, na Visão do Método Kumon. Toledo. 2009

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